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O uso de ervas medicinais no alívio dos sintomas da doença de Crohn e Colite. O que tomar e o que evitar.


O uso de ervas para fins medicinais é considerado uma das formas mais antigas de medicina da história da humanidade. Essa prática surgiu há mais de 3 mil anos de forma simultânea em diversas regiões do planeta. Sua legitimidade é tão grande que, mesmo com o desenvolvimento da indústria farmacêutica no século XX, essa forma de tratamento não foi esquecida. Tanto que cerca de 80% dos medicamentos industrializados possuem princípios ativos encontrados em raízes, folhas, caules e flores de plantas medicinais.

Embora tenham o poder de fortalecer as defesas do organismo e prevenir doenças, o uso terapêutico de plantas medicinais sob a forma de chás e infusões não está isento de riscos. Além do princípio ativo, uma planta pode conter outras propriedades tóxicas ou até mesmo abortivas. Isso sem contar que a grande quantidade de substâncias diferentes pode induzir uma reação alérgica. Por isso é muito importante consultar um especialista ou conversar com o seu médico antes de consumir qualquer chá com finalidade terapêutica.

Ervas medicinais



Ervas indicadas para o alívio de sintomas da doença de Crohn e Colite Ulcerativa


Quem sofre de doenças inflamatórias intestinais como Colite Ulcerativa e doença de Crohn pode prevenir sintomas indesejáveis como diarreia, dores abdominais, vômito e mal estar a partir da ingestão de chás de ervas medicinais como aloe vera, gengibre, curcumina, bromelina, e boswellia.


Aloe Vera



Aloe Vera
A Aloe Vera, ou Babosa, é considerada uma das plantas mais benéficas do reino vegetal. Embora o seu uso seja normalmente associado às aplicações cosméticas (pele e cabelos) ou no tratamento de queimaduras, essa planta tem muito mais a oferecer. Quando ingerida na forma de chá, a aloe vera pode agir na redução de índices de colesterol ruim, ajudar na dissolução de pedras nos rins, no tratamento de úlceras, no combate à síndrome do intestino irritável, no alívio dos sintomas da doença de Crohn e outros problemas digestivos.

Estudos apontam que o bom resultado da aloe vera no tratamento da Colite e da doença de Crohn se deve à ação do acemannan, um composto presente na babosa, que atua junto com os gliconutrientes para acelerar a regeneração celular, regularizando o pH do intestino e limpando o trato gastrointestinal. Embora muitos pacientes relatem melhora significativa nas dores gastrointestinais a partir do consumo regular do chá de aloe vera, os efeitos não são imediatos, sendo necessário a utilização da bebida por várias semanas.

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Gengibre



Gengibre
Como planta medicinal, o gengibre é uma das mais antigas e populares do mundo. Suas propriedades terapêuticas são resultado da ação de várias substâncias, especialmente do seu óleo essencial que contém agentes como o canfeno, felandreno e zingibereno. Dentre os inúmeros benefícios está o poder de ser antiinflamatório. É normalmente ingerido para combater doenças respiratórias, mas também costuma ser útil no combate ao enjoo e ao vômito, pois suas propriedades atuam diretamente no trato gastrointestinal aumentando o tônus, estimulando a autonomia dos movimentos gastrintestinais e facilitando o processo digestivo.

O chá do gengibre é muito indicado no alívio de sintomas como enjoo e dores abdominais, além de evitar a formação de gases, sendo, portanto, muito utilizado entre pacientes que sofrem de colite ou doença de Crohn para aliviar os sintomas da doença. Entretanto, como toda erva medicinal, é necessário tomar certos cuidados com a administração do gengibre. O uso excessivo pode afetar o tempo de sangramento do organismo e o sistema imunológico do paciente.


Cúrcuma



A cúrcuma, também conhecida como açafrão-da-terra, é uma especiaria cultivada em diversos países tropicais. Possui um ingrediente ativo chamado curcumina, que tem sido apontado por estudiosos como promessa no tratamento de Crohn e outras doenças inflamatórias intestinais. A curcumina inibe um agente inflamatório chamado NF kappa-B, além de diminuir a congestão e a inflamação das membranas mucosas que revestem o estômago e o intestino. Sua composição também apresenta propriedades anti-bacterianas que ajudam a prevenir infecções. Como se trata de um tempero de sabor cítrico e levemente picante, muitas pessoas tem utilizado a cúrcuma como ingrediente culinário com finalidades medicinais. O consumo em doses elevadas pode provocar azia e dores no estômago. Mulheres grávidas, pessoas com cálculos biliares e doenças hemorrágicas devem consultar um profissional de saúde antes de tomar suplementos de cúrcuma.


Bromelina



A bromelina é uma enzima digestiva natural extraída do abacaxi que desdobra as proteínas alimentares, facilitando o melhor aproveitamento dos nutrientes, favorecendo e acelerando a digestão de alimentos pesados. É um anti-inflamatório natural que alivia os sintomas de distúrbios gastrointestinais, inclusive da doença de Crohn e da Colite. Pesquisas apontam que a bromelina age na ativação de células anti-inflamatórias e imunológicas capazes evitar o desenvolvimento do câncer e outras doenças crônicas.


Boswellia



A boswellia serrata é uma árvore originária da Ásia. O seu extrato é bastante utilizado para a fabricação de cosméticos, alimentos e bebidas e suas resinas usadas para produzir insensos. Devido às suas propriedades medicinais anti-inflamatórias, têm sido recomendada por fitoterapeutas no tratamento de doenças crônicas como artrite reumatoide, asma, osteoartrite, colite ulcerosa e doença de Crohn. Seu consumo é mais comum sob a forma de cápsulas.



Ervas medicinais que devem ser evitadas pelos portadores de doença de Crohn e Colite Ulcerativa



Vimos que os portadores de doença de Crohn e Colite podem encontrar nas ervas medicinais substâncias que auxiliam no alívio e prevenção dos principais sintomas da doença. Agora, segue algumas plantas medicinais também podem ser bastante prejudiciais para os pacientes que sofrem de doença de Crohn e Colite e, por isso, devem ser evitadas, sob o risco de estimular alguns dos sintomas mais indesejáveis dessas doenças.


Cohosh preto



É conhecido popularmente como aliado das mulheres no combate às cólicas menstruais e os sintomas da menopausa, bem como na prevenção de dores de garganta, irritabilidade,  mudanças de humor, depressão e dos distúrbios do sono. A sua eficácia no tratamento de doenças ginecológicas pode se deve à presença de determinados compostos na raiz da planta (conhecida como actaea racemosa), cuja similaridade com o hormônio estrogênio faz com que o corpo acredite haver um aumento dos níveis de produção de hormônio feminino. 

Por isso, se você sofre de doenças inflamatórias intestinais, é melhor procurar acompanhamento médico antes de consumir o cohosh preto. Na literatura médica, há muitos relatos de piora dos sintomas da doença de Crohn e colite ulcerativa em associação ao uso de estrógêno. Isso ocorre porque o hormônio feminino estimula o sistema imunológico. Como os portadores de doenças inflamatórias intestinais, em geral, possuem um sistema imunológico demasiadamente estimulado, ocorrem reações adversas como náuseas, dores abdominais, diarreia e vômito.



Prímula


Prímula
É uma planta medicinal bastante indicada para apaziguar sintomas da tensão pré-menstrual nas mulheres, além de tratar diversas doenças dermatológicas. O segredo do sucesso da prímula está no óleo extraído da semente da planta, que possui na sua composição ácidos graxos poliinsaturados essenciais, todos eles essenciais para o bom funcionamento e estabilidade das membranas das células do organismo.

Embora muito citada por algumas fontes como aliada no tratamento de doenças inflamatórias intestinais devido à sua habilidade de inibir as prostaglandinas responsáveis pelos processos inflamatórios do corpo, a prímula, assim como o cohosh preto, possui propriedades que estimulam a atividade do sistema imunológico, causando danos ao aparelho gastrointestinal por meio da ação de células imunologicamente ativas que atacam as paredes intestinais.


Fenacho ou feno-grego


O fenacho ou feno-grego, mais conhecido como alfarva ou alforva, tem origem indiana e vem sendo bastante utilizado como especiaria e planta medicinal em diversas partes do mundo. As sementes germinadas são uma excelente fonte de vitaminas A, B e C, e minerais como ferro e maganésio. É muito recomendado como estimulante de apetite e no tratamento de doenças respiratórias como a bronquite. Devido às suas propriedades laxativas deve ser evitado por portadores da colite ulcerativa e doença de Crohn.



Linhaça


Linhaça
O Linho, planta que dá origem à semente que conhecemos popularmente como linhaça é uma das  plantas medicinais mais antigas de que se tem notícia. Utilizada de forma pioneira no Egito Antigo em rituais de mumificação, atualmente é utilizada na culinária, na indústria cosmética e farmacêutica. É considerada um alimento funcional, pois, além de ter suas propriedades nutricionais básicas, tem propriedades preventivas, entre elas compostos antioxidantes e anticancerígenos.

Toda essa gama de benefícios, no entanto, deve ser analisada com cuidado por portadores de doenças intestinais inflamatórias. A linhaça é a maior fonte alimentar de lignanas, um fitoesteróide que "imita" a ação do estrogênio, hormônio responsável por estimular a atividade do sistema imunológico e cuja ação pode representar um risco para pessoas com colite e doença de Crohn. O uso da linhaça também é contra indicado em casos de estenose intestinal (estreitamento da parede do intestino), distúrbio resultante do avanço da doença de Crohn.



Ginkgo biloba


Ginkgo biloba
O ginkgo biloba é uma árvore de origem chinesa considerada por muita gente uma espécie de fóssil vivo. Foi descrita pela primeira vez pelo médico alemão Engelbert Kaempfer, por volta de 1690, mas só despertou interesse acadêmico após o fim da Segunda Guerra Mundial, quando foi anunciado que a planta tinha sobrevivido à radiação provocada pela explosão da bomba atômica Hiroshima. Por esse motivo, é apontada até hoje como símbolo da paz e da longevidade.

 Essa planta tem sido bastante indicada para tratar desordens de circulação relacionadas com a idade, perda de memória, câncer, asma e outras doenças pulmonares, deficiência na audição e disfunções sexuais. O uso indiscriminado, porém, pode causar efeitos colaterais bastante graves como pedras na vesícula, sangramentos e convulsões. O ginkgo biloba também costuma produzir reações adversas no aparelho gastrointestinal, provocando náuseas e mal estar abdominal. Por isso os portadores de doença de Crohn e colite devem ter cuidado redobrado no consumo de chás e suplementos feitos à base da planta.  

Antes de fazer uso de qualquer planta medicinal verifique com seu médico se essas as mesmas podem interferir com alguma medicação.




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